Corine é uma jovem viciada no trabalho, bonita e bem sucedida, mas começa a viver um conflito interno entre seus valores essenciais e a exigência de um meio que tenta levar o ser humano à perfeição absoluta e impossível de ser atingida. Um meio que não se importa com o preço que se paga por tal esforço. Frequentemente, ela tem sonhos intrigantes e assustadores, dos quais tenta insistentemente se livrar. Em uma de suas caminhadas no parque, próximo de onde mora, conhece um homem misterioso e extraordinário, o qual aos poucos conquista sua confiança e, ao longo de vários encontros, ternamente passa a lhe transmitir mensagens positivistas, levando-a a experimentar uma nova maneira de entender a vida e lidar com seus conflitos. Esses encontros proporcionam a Corine diálogos ricos e profundos, promovendo intensa reflexão sobre a vida e seus valores.
Apresenta grandes reflexões nos diálogos impressos aos personagens. Cada um carrega dentro de si experiências e vivências mostrando, de forma singela, que podemos enriquecer nossa alma ao ajudar as pessoas que, ao longo da jornada, cruzam nosso caminho ouvindo, aconselhando ou partilhando seus momentos. Sabendo lidar com o ser humano, o aprendizado será muito rico e prazeroso. O simples encontro diário com pessoas desconhecidas, sentados em um banco de praça se tornou o lugar sagrado para o personagem central desta narrativa, o qual reconhece a nova fase de sua vida cheia de encantos e beleza ao conhecer a natureza humana, através da mudança no comportamento, atitudes e valores. Transforme os momentos vividos em momentos gloriosos e felizes. Para isso, encontre a razão de ser feliz.
Cada vez que renascemos, trazemos alguma bagagem de conhecimentos positivos e muitos desacertos. Por que isso? A fim de atingirmos a evolução espiritual por nós mesmos, a ponto de aprender tudo o que esta escola pode ensinar-nos e não mais necessitarmos voltar a reencarnar no educandário planeta Terra. Essa é a Lei. Nesse sentido, quando se tem consciência de que é preciso fazer algo diferente, mesmo que à volta tudo indique que as pessoas seguem por um caminho que acreditamos não ser o nosso, devemos seguir em frente e buscarmos encontrar o próprio caminho, seja ele diferente dos demais ou não. Quando assim fazemos, pode tardar esse encontro, mas com certeza ele acontecerá. Foi assim com André e assim será com qualquer um que tenha vontade e esforce-se para isso. Na inquietação da juventude, André busca encontrar a sua espiritualidade, freqüentando diferentes confissões religiosas. Encontra no Espiritismo o consolo e os esclarecimentos sobre os fenômenos mediúnicos que ocorriam consigo e com a sua família. Ao descobrir-se médium, passou a estudar essa faculdade e entendeu que ela é inerente à própria vida. Em todas as suas deficiências e grandezas, acertos e desacertos, a mediunidade é qual o dom da visão comum, peculiar a todas as criaturas. Como instrumentação da vida, surge em toda parte. Entendeu ainda que o lavrador é o médium da colheita, a planta é o médium da frutificação e a flor é o médium do perfume, e que, em todos os lugares, damos e recebemos, filtrando os recursos que nos cercam, moldando-nos as manifestações, segundo as nossas possibilidades. Quando o leitor entra nessa história e aventura-se na descoberta da espiritualidade de André, provavelmente se identifica com o personagem, mesmo que os objetivos sejam diferentes dos dele. O leitor pode descobrir que também tem sensibilidades que desconhece, então entendê-las e praticá-las para aprender com os exemplos, que por certo trarão grandes ensinamentos.