Ao longo dos séculos, intelectuais e religiosos se debruçaram sobre as lições do Evangelho de Jesus, comentando-as de acordo com o contexto histórico, social e político em que viveram. No entanto, surgiu uma obra que soube interpretar o Cristianismo em sua original pureza e simplicidade –O evangelho segundo o espiritismo, de Allan Kardec. Publicado em 1864, o livro acrescenta às reconfortantes mensagens de Espíritos Superiores, em torno dos ensinos morais do Cristo, a análise lógica, profunda e clara do Codificador do Espiritismo. Em homenagem aos cem anos da obra espírita mais lida da História, completados em 1964, Emmanuel presenteia o leitor com um estudo absolutamente excepcional. Em noventa capítulos, o guia espiritual de Francisco Cândido Xavier, principal continuador de Allan Kardec, comenta trechos comparados do Novo Testamento e de O evangelho segundo o espiritismo, demonstrando que a mensagem cristã da Esperança, à luz do Consolador Prometido, permanece um Livro aberto, em todas as épocas da Humanidade.
Examina os ensinamentos cristãos, avaliando as palavras de Jesus dentro do contexto evangélico e, por fim, no próprio coração humano. As interpretações foram reunidas em cristalinas súmulas, ora filosóficas, ora conciliando com a visão científica. A mística que brota em certas súmulas, com musicalidade e sentimento de beleza e gratidão, nos unifica com o nosso Pai e Criador.
No ensino oral de Jesus, a palavra humana atinge o fulgor celeste. Parábolas, metáforas, enigmas, provérbios, toda sorte de linguagem figurada pronunciada ao embalo da antiga poesia hebraica, cheia de ritmo e sonoridade. O leitor perspicaz sempre adentra o território de um livro munido da sua caixa de ferramentas, utilizando os métodos de interpretação de acordo com os desafios encontrados durante a leitura. A compreensão, porém, ultrapassa a técnica e requer um leitor sensível à forma, ao material da composição e ao conteúdo. "Parábolas de Jesus - Texto e Contexto" é um convite ao desenvolvimento desse conjunto de sensibilidades, indispensáveis à leitura de uma obra literária.