Solrun e Steinn, um casal de antigos namorados, se reencontram depois de trinta anos sem se ver, supostamente por acaso, e começam a trocar uma série de e-mails na tentativa de compreender o que de fato os teria separado. Cada um deles tem uma concepção bem diversa de mundo, e propõe explicações díspares para os fatos do passado. Se ele, Steinn, crê na razão e na ciência, ela, Solrun acredita na espiritualidade e em forças que não podemos explicar. Apesar da incompatibilidade de suas convicções, o laço entre os dois tem uma força tremenda e a rememoração de um episódio sinistro irá pôr à prova suas certezas. Ao contar essa delicada e surpreendente história de amor, permeada por belas descrições da paisagem dos fiordes da Noruega, Jostein Gaarder, mais uma vez introduz em sua prosa ficcional, de forma clara e sobretudo acessível, grandes questões da filosofia.
Ensaio Sobre a Lucidez retoma personagens e situações do aclamado romance Ensaio sobre a cegueira (1995) para revisitar questões éticas e políticas ali abordadas. Nesta obra o autor narra as providências de governo, polícia e imprensa para entender as razões da epidemia branca. O romance elabora uma alegoria da fragilidade dos rituais democráticos, do sistema político e das instituições que nos governam, mas também da força do instrumento de participação popular - o voto. A situação narrada não advoga a substituição da democracia, mas o seu permanente questionamento.
A vida aventureira desse assassino atrapalhado é o fio condutor de O homem que matou Getúlio Vargas, um romance em que Jô Soares cobre um período de quarenta anos (1914-54) e conta episódios muito interessantes da História européia e brasileira, além de inventar outros mais interessantes ainda. Misturando ficção e realidade, narrando absurdos com a cara mais limpa do mundo, Jô Soares acerta direto no mau humor: fruto de uma inteligência fina e sempre em estado de alerta, sua capacidade de nos fazer rir não depende em nada do acaso.
"Em Diário de um fescenino, o protagonista Rufus é um escritor que decide começar um diário no primeiro dia do ano. Em seu caderno pessoal, o personagem registra suas aventuras com Henriette, Lucia, Clorinda e Virna, ao mesmo tempo que reflete, com bom humor e fina erudição, sobre o fazer literário e o sentido das relações eróticas e afetivas."
Neste romance vencedor do Nobel de Literatura de 1994, o personagem Bird, professor de 27 anos, leva uma vida medíocre bebendo nos bares de Tóquio e sonhando com aventuras na África. Sua mulher engravida e, depois de um parto difícil, descobrem que a criança terá uma vida vegetativa. Bird terá que confrontar o problema e percorrer um caminho de amadurecimento. Em 1964, o escritor Kenzaburo Oe descobriu que seu primeiro filho tinha uma anomalia cerebral. Este fato o levou a escrever esta obra, que deu início a uma formidável carreira literária.
Como se fossem arrastados pelas águas turvas do rio Mystic, três amigos se vêem conduzidos de volta ao passado. No mesmo cenário em que brincavam quando garotos, Dave, Jimmy e Sean se reencontram e percebem estar frente a uma encruzilhada que parece conduzir a um destino trágico. Vinte e cinco anos depois do seqüestro de Dave, ocorrido nas mesmas imediações dos Flats e do Point - dois bairros violentos da zona sul de Boston -, a bela filha de dezenove anos de Jimmy é assassinada em circunstâncias misteriosas. Dor e violência arrastam o leitor numa trama em que as perspectivas de vida e de realização não ultrapassam os sufocantes limites de dois bairros historicamente construídos em torno do crime.