Solrun e Steinn, um casal de antigos namorados, se reencontram depois de trinta anos sem se ver, supostamente por acaso, e começam a trocar uma série de e-mails na tentativa de compreender o que de fato os teria separado. Cada um deles tem uma concepção bem diversa de mundo, e propõe explicações díspares para os fatos do passado. Se ele, Steinn, crê na razão e na ciência, ela, Solrun acredita na espiritualidade e em forças que não podemos explicar. Apesar da incompatibilidade de suas convicções, o laço entre os dois tem uma força tremenda e a rememoração de um episódio sinistro irá pôr à prova suas certezas. Ao contar essa delicada e surpreendente história de amor, permeada por belas descrições da paisagem dos fiordes da Noruega, Jostein Gaarder, mais uma vez introduz em sua prosa ficcional, de forma clara e sobretudo acessível, grandes questões da filosofia.
Ensaio Sobre a Lucidez retoma personagens e situações do aclamado romance Ensaio sobre a cegueira (1995) para revisitar questões éticas e políticas ali abordadas. Nesta obra o autor narra as providências de governo, polícia e imprensa para entender as razões da epidemia branca. O romance elabora uma alegoria da fragilidade dos rituais democráticos, do sistema político e das instituições que nos governam, mas também da força do instrumento de participação popular - o voto. A situação narrada não advoga a substituição da democracia, mas o seu permanente questionamento.
Neste romance vencedor do Nobel de Literatura de 1994, o personagem Bird, professor de 27 anos, leva uma vida medíocre bebendo nos bares de Tóquio e sonhando com aventuras na África. Sua mulher engravida e, depois de um parto difícil, descobrem que a criança terá uma vida vegetativa. Bird terá que confrontar o problema e percorrer um caminho de amadurecimento. Em 1964, o escritor Kenzaburo Oe descobriu que seu primeiro filho tinha uma anomalia cerebral. Este fato o levou a escrever esta obra, que deu início a uma formidável carreira literária.
A vida aventureira desse assassino atrapalhado é o fio condutor de O homem que matou Getúlio Vargas, um romance em que Jô Soares cobre um período de quarenta anos (1914-54) e conta episódios muito interessantes da História européia e brasileira, além de inventar outros mais interessantes ainda. Misturando ficção e realidade, narrando absurdos com a cara mais limpa do mundo, Jô Soares acerta direto no mau humor: fruto de uma inteligência fina e sempre em estado de alerta, sua capacidade de nos fazer rir não depende em nada do acaso.
"Em Diário de um fescenino, o protagonista Rufus é um escritor que decide começar um diário no primeiro dia do ano. Em seu caderno pessoal, o personagem registra suas aventuras com Henriette, Lucia, Clorinda e Virna, ao mesmo tempo que reflete, com bom humor e fina erudição, sobre o fazer literário e o sentido das relações eróticas e afetivas."
Como se fossem arrastados pelas águas turvas do rio Mystic, três amigos se vêem conduzidos de volta ao passado. No mesmo cenário em que brincavam quando garotos, Dave, Jimmy e Sean se reencontram e percebem estar frente a uma encruzilhada que parece conduzir a um destino trágico. Vinte e cinco anos depois do seqüestro de Dave, ocorrido nas mesmas imediações dos Flats e do Point - dois bairros violentos da zona sul de Boston -, a bela filha de dezenove anos de Jimmy é assassinada em circunstâncias misteriosas. Dor e violência arrastam o leitor numa trama em que as perspectivas de vida e de realização não ultrapassam os sufocantes limites de dois bairros historicamente construídos em torno do crime.