Um livro de contos que ficou famoso mais pela censura que recebeu do regime militar sob a alegação de "exteriorizar matéria contrária à moral e aos bons costumes" do que pelo engenho que encerra. São histórias unidas pelo tema da brutalidade, violência e pornografia à técnica do melhor contista brasileiro contemporâneo. Se o Brasil oficial recusou e proibiu no passado, o Brasil real tem a chance de nele se reconhecer pelo talento de Rubem Fonseca.
Carnaval no Fogo não é um livro sobre o Carnaval. A ação se passa em todas as épocas do ano e da agitada história do Rio - da primeira índia tupinambá que namorou um pirata francês ao último réveillon em Copacabana. Esse vibrante retrato do Rio de hoje - com muitas viagens ao passado - mostra que havia sempre uma excitação no ar: um permanente "Carnaval no fogo". Aqui está o Rio dos antropófagos que encantaram os intelectuais europeus, dos fotógrafos pioneiros que clicaram a cidade como se estivessem num avião - 70 anos antes de o avião existir -, da loura Nair de Teffé e da mulata Chiquinha Gonzaga. Carnaval no Fogo é a história dessa fascinante superação do povo carioca.
Solrun e Steinn, um casal de antigos namorados, se reencontram depois de trinta anos sem se ver, supostamente por acaso, e começam a trocar uma série de e-mails na tentativa de compreender o que de fato os teria separado. Cada um deles tem uma concepção bem diversa de mundo, e propõe explicações díspares para os fatos do passado. Se ele, Steinn, crê na razão e na ciência, ela, Solrun acredita na espiritualidade e em forças que não podemos explicar. Apesar da incompatibilidade de suas convicções, o laço entre os dois tem uma força tremenda e a rememoração de um episódio sinistro irá pôr à prova suas certezas. Ao contar essa delicada e surpreendente história de amor, permeada por belas descrições da paisagem dos fiordes da Noruega, Jostein Gaarder, mais uma vez introduz em sua prosa ficcional, de forma clara e sobretudo acessível, grandes questões da filosofia.
Com seu estilo inconfundivelmente claro, o médico infectologista Drauzio Varella relata como foram os dez anos de convivência com os internos da Casa de Detenção.
"Em Diário de um fescenino, o protagonista Rufus é um escritor que decide começar um diário no primeiro dia do ano. Em seu caderno pessoal, o personagem registra suas aventuras com Henriette, Lucia, Clorinda e Virna, ao mesmo tempo que reflete, com bom humor e fina erudição, sobre o fazer literário e o sentido das relações eróticas e afetivas."
Ensaio Sobre a Lucidez retoma personagens e situações do aclamado romance Ensaio sobre a cegueira (1995) para revisitar questões éticas e políticas ali abordadas. Nesta obra o autor narra as providências de governo, polícia e imprensa para entender as razões da epidemia branca. O romance elabora uma alegoria da fragilidade dos rituais democráticos, do sistema político e das instituições que nos governam, mas também da força do instrumento de participação popular - o voto. A situação narrada não advoga a substituição da democracia, mas o seu permanente questionamento.
Neste livro, o herói narra sua fabulosa viagem através do tempo, que começou numa taba tupinambá, antes de 1500, e terminou num arranha-céu de Copacabana em 1942. O autor apresenta sua versão da história nacional, publicada em 1937 com o objetivo de fazer frente ao nacionalismo ufanista do Estado Novo. Logo no início, o herói recebe dois presentes do pajé de sua tribo: o apelido Tibicuera, que significa cemitério em sua língua, e o segredo da eterna mocidade.
A vida aventureira desse assassino atrapalhado é o fio condutor de O homem que matou Getúlio Vargas, um romance em que Jô Soares cobre um período de quarenta anos (1914-54) e conta episódios muito interessantes da História européia e brasileira, além de inventar outros mais interessantes ainda. Misturando ficção e realidade, narrando absurdos com a cara mais limpa do mundo, Jô Soares acerta direto no mau humor: fruto de uma inteligência fina e sempre em estado de alerta, sua capacidade de nos fazer rir não depende em nada do acaso.
Neste romance vencedor do Nobel de Literatura de 1994, o personagem Bird, professor de 27 anos, leva uma vida medíocre bebendo nos bares de Tóquio e sonhando com aventuras na África. Sua mulher engravida e, depois de um parto difícil, descobrem que a criança terá uma vida vegetativa. Bird terá que confrontar o problema e percorrer um caminho de amadurecimento. Em 1964, o escritor Kenzaburo Oe descobriu que seu primeiro filho tinha uma anomalia cerebral. Este fato o levou a escrever esta obra, que deu início a uma formidável carreira literária.
Como se fossem arrastados pelas águas turvas do rio Mystic, três amigos se vêem conduzidos de volta ao passado. No mesmo cenário em que brincavam quando garotos, Dave, Jimmy e Sean se reencontram e percebem estar frente a uma encruzilhada que parece conduzir a um destino trágico. Vinte e cinco anos depois do seqüestro de Dave, ocorrido nas mesmas imediações dos Flats e do Point - dois bairros violentos da zona sul de Boston -, a bela filha de dezenove anos de Jimmy é assassinada em circunstâncias misteriosas. Dor e violência arrastam o leitor numa trama em que as perspectivas de vida e de realização não ultrapassam os sufocantes limites de dois bairros historicamente construídos em torno do crime.