Esta obra originou-se a partir da invasão e do saque de Roma, em 410, por Alarico, rei dos visigodos, de acordo com o autor Santo Agostinho. Na tarefa de redigir o livro, gastou longos 13 anos, interpostos entre outros afazeres. O leitor se defronta com uma gama de temas e assuntos onde prevalecem uma apologia da religião, uma enciclopédia da cultura antiga e uma interpretação da história.
Coletânea de parábolas do mundo todo antigas, atuais, de diferentes estilos e contextos. Narrativas às vezes dramáticas, às vezes cômicas, que possuem um contexto moral explícito ou implícito que, além de apresentar um pouco da cultura de um novo povo, ajudam na decisão de questões morais do dia a dia. Leitura tanto agradável quanto didática.
A liberdade no Ocidente muitas vezes é abordada apenas sob o seu aspecto social e político, mas a fé nas suas diversas expressões, o interesse transcendente, o elemento religioso que cala fundo na alma humana, quase sempre tiveram papel central nesse tão importante debate. Caso as várias doutrinas e instituições religiosas não tivessem feito parte da nossa história, muito daquilo que pensamos e decidimos talvez nem teria sido cogitado. Algumas das grandes oposições do imaginário moderno derivam dessa ascendência da religião sobre a cultura. Ortodoxia e heresia, ciência e religião, razão e fé, catolicismo e protestantismo, conformidade e dissidência, filosofia e teologia, fundamentalismo e secularização, dentre outras tantas tensões dialéticas, ajudaram a traçar as linhas de fronteira, bem como os debates, as definições e as tomadas de posições necessárias para a convivência, harmoniosa ou não, no mundo moderno. Filósofos – religiosos, sem religião ou antirreligiosos – frequentemente contribuíram para o debate sobre a natureza da fé, os limites do saber teológico e o lugar da religião na sociedade. Não poucas vezes, elucubrações metafísicas, investigações éticas e teorias políticas impactaram, seja a percepção pública, sejam as próprias posições das igrejas a respeito de temas doutrinais. Teólogos ou líderes espirituais propiciaram transformações da consciência coletiva, ora atuando sobre a doutrina, ora sobre a experiência de fé da população em geral. Embora a Reforma e o Iluminismo tenham posição de destaque nas histórias da filosofia ou da religião, nem sempre ficaram evidentes as conexões entre ambos e o debate fundamental sobre a natureza (metafísica) e sobre o lugar (ético e civil) da religião na vida dos indivíduos. É esta a lacuna que o presente estudo se propõe a preencher.