Seu nome, em Angola, era Luís Fernando. Vivia em família com seu pai, mãe e irmãos de aldeia. Uma vida harmoniosa com a mata e seus presentes: frutos variados, sementes, raízes, madeira boa e terra fértil. Num domingo ensolarado, Luís Fernando vai com seu pai em busca de um tronco para a confecção de um bonito tonel e o pior acontece: cercados por brancos, os dois são violentamente raptados e colocados em um navio negreiro, juntamente com outros de seu povo. O pequenino Luís Fernando, aterrorizado, jamais voltaria a ver sua mãe. O destino era uma terra distante chamada Brasil e começava ali uma trajetória de dor e uma nova vida para o negrinho Miguel, nome dado a Luís Fernando em terras brasileiras por vovó Joana, uma velha e bondosa escrava que amparava as crianças recém-chegadas da África sem nome, sem família e sem passado. Luís Fernando (Pai Miguel de Angola) experimentou o sofrimento na pele e pôde compreender a dor vivida pelo divino mestre Jesus. Por isso, vem exemplificar com sua história de vida que a superação da dor é a chave para o progresso espiritual e iluminação de cada um, sempre no caminho rumo a Deus.
O negro Simeão, velho, alforriado, já não servia para o duro trabalho nas plantações. Conseguiu sua liberdade graças à bondade da sinhazinha e de sua filha. Contudo, Simeão ainda guardava energias suficientes para trabalhar pela liberdade dos pequenos escravos presos na senzala. No mesmo quilombo onde os escravos fugitivos eram recolhidos, sinhazinha e sua filha encontrarão muitos ensinamentos.
O poderoso coronel Frederick participa de todos os negócios da região onde fica sua fazenda, tendo grande influência sobre os demais coronéis. Com punhos de ferro, conduz sua senzala e também a própria família. Por meio de Silviano, seu melhor empregado, conhece Luziara, uma mulata de olhar penetrante, alguém que mexerá com seu coração e transformará sua vida. Entre diversos encontros e desencontros, muitos serão os corações apaixonados e depois magoados. Sebastião e Zulmira, dois negros velhos cheios de sabedoria, farão de tudo para dar bons conselhos e apagar as chamas do rancor, do ódio e do egoísmo. Afinal, todas as almas envolvidas nesta experiência são responsáveis pelos caminhos escolhidos.